Primeira morte por chikungunya confirmada em Campos

Primeira morte por chikungunya confirmada em Campos

Vítima foi um idoso de 72 anos

A Secretaria de Saúde de Campos confirmou a 1ª morte em decorrência de chikungunya registrada no município. Trata-se de um idoso de 72 anos, morador da localidade de Tocos, na Baixada Campista, cuja investigação foi encerrada nesta segunda-feira (29), pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, após confirmação por meio de exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/RJ).

“Recebemos hoje o resultado do exame que confirmou Chikungunya e hipotensão arterial como causa da morte do paciente. O idoso foi atendido em unidade de saúde particular no dia 19, onde teve diagnóstico de chikungunya. Tendo piorado o quadro de dor abdominal em baixo ventre, ele foi atendido no Hospital São José no dia 23, mas não resistiu e morreu no mesmo dia por hipotensão e choque. Ele era diabético” explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury.

Também nesta segunda-feira (29), a Saúde mais um boletim semanal de dengue e outras arboviroses. Os dados referentes ao período da 1ª até a 17ª Semana Epidemiológica de 2024, que compreende os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, contabiliza 10.012 notificações para dengue, entre confirmação laboratorial e clínico epidemiológico. Deste total, há um óbito de um paciente de 64 anos. Também foram registradas 416 notificações para chikungunya. A morte do paciente de 72 anos em decorrência da doença ocorreu em 19 de março. Não há registro de zika.

O cenário epidemiológico para dengue e outros agravos em decorrência de infecção proveniente da picada do mosquito Aedes aegypti é monitorado pela Vigilância Sanitária diariamente. Das notificações recebidas até o momento, a distribuição mensal para dengue ficou assim: janeiro 862; fevereiro 3.062; março 3.782 e, abril 5.306. Para chikungunya: janeiro 47, fevereiro 66, março 147 e abril com 156.

“Isso nos deixa bastante preocupados porque a chikungunya é uma doença, que apesar de não ter uma evolução grave como a dengue faz muitas vezes, com choque, baixa pressão, sangramento, ela traz repercussões de alta morbidade podendo evoluir para lesão cerebral, encefalite e artrite, inclusive podendo em alguns casos levar sequelas subagudas e infecção crônicas”, relatou

Charbrll Kury explica também que por ser um vírus com maior capacidade para causar sequelas, diferentemente da dengue que não faz sequelas, a chikungunya precisa ser notificada. “A gente sabe que uma rua com chikungunya tem uma necessidade de cuidado da equipe do Centro de Controle de Zoonoses muito mais preocupante do que a dengue, isso porque o vírus que tem uma viremia mais longa. O mosquito tem a capacidade de transmitir o vírus por muito mais tempo”, observa.

O município está em epidemia por dengue desde o dia 1º de março, quando foi criado o Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses. Em virtude do feriado desta quarta-feira (1º), em comemoração ao Dia do Trabalhador, a reunião do Gabinete de Crise da Dengue e outras Arboviroses será realizada no dia 8 de maio, ocasião em serão debatidas as ações de enfrentamento à dengue e a chikungunya. Outro assunto a ser tratado será a vacinação contra a dengue, que o município espera receber em breve.