PF deflagra operação para combater o abuso sexual infantil em Cabo Frio
Investigações apontaram que o investigado chantageou a vítima de forma virtual, através de uma plataforma digital
Na manhã desta quarta-feira (29), a Polícia Federal deflagrou uma operação com o objetivo de proteger vítimas de abuso sexual infantil, na modalidade “sextortion”, ao reprimir crimes de estupro, armazenamento e produção de arquivos digitais com cenas de abuso sexual infantojuvenil. O crime estava sendo cometido por meio da rede mundial de computadores.
Na ação, policiais federais lotados na Delegacia da PF em Macaé (DPF/MCE) cumpriram um mandado de busca e apreensão em Cabo Frio, expedido pelo Juizado Especial Adjunto Criminal da Comarca do município. Durante as buscas, os policiais apreenderam o celular do suspeito, de 23 anos, que será submetido à perícia técnica criminal.
No decorrer das investigações, foi constatado que o investigado chantageou a vítima de forma virtual, através de uma plataforma digital, mediante ameaças de divulgação de fotos e vídeos íntimos, para continuar a obter novos vídeos de natureza sexual.
Essa prática, conhecida por “sextortion” ou “sextorsão”, ocorre quando há ameaça de se divulgar imagens íntimas para forçar alguém a fazer algo – por vingança, humilhação ou para extorsão financeira ou sexual. É uma forma de *violência grave, que pode levar a consequências extremas.
O investigado irá responder pela prática dos crimes de armazenamento e compartilhamento de mídias contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil, bem como por estupro.
Embora o termo “pornografia” ainda seja utilizado em nossa legislação (art. 241-E da Lei nº 8.069, de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente) para definir “qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais”, a comunidade internacional entende que o melhor nessas situações é referir-se a crimes de “abuso sexual de crianças e adolescentes” ou mesmo “violência sexual de crianças e adolescentes”, pois a nomenclatura ajuda a dar dimensão da violência inflingida nas vítimas desses crimes tão devastadores._
Além disso, a Polícia Federal alerta aos pais e aos responsáveis sobre a importância de monitorar e orientar seus filhos no mundo virtual e físico, protegendo-os dos riscos de abusos sexuais. Conversar abertamente sobre os perigos do mundo virtual, explicar como utilizar redes sociais, jogos e aplicativos de forma segura e acompanhar de perto as atividades online dos jovens são medidas essenciais de proteção. Estar atento a mudanças de comportamento, como isolamento repentino ou segredo em relação ao uso do celular e do computador, pode ajudar a identificar situações de risco.
É igualmente importante ensinar às crianças e adolescentes como agir diante de contatos inadequados em ambientes virtuais, reforçando que podem e devem procurar ajuda. A prevenção é a maneira mais eficaz de garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes, e a informação continua sendo um instrumento capaz de salvar vidas.
*Com informações da Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

