MPE pede cassação e inelegibilidade de Bruno Pezão

MPE pede cassação e inelegibilidade de Bruno Pezão

Candidato à reeleição à Câmara dos Vereadores de Campos, ele pode ter os votos invalidados

O vereador de Campos, Bruno Pezão (PP), teve o pedido de cassação do registro de sua candidatura à reeleição ajuizado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), nesta quinta-feira (3) através de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Com a iniciativa do órgão, o parlamentar pode ficar inelegível por oito anos. Outra consequência é que os votos que ele receber nas eleições do próximo domingo (6) podem não ser validados.

O MPE alega que a iniciativa tem como propósito
a apuração de supostas irregularidades cometidas pelo vereador durante a campanha eleitoral. O órgão afirma que “a participação de uma organização criminosa em sua campanha, liderada por José Ricardo Rangel de Oliveira, vulgo “Ricardinho”, narcotraficante que atua na localidade de Campo Novo (Baixada Campista) e adjacências”.

O MPE diz também que segundo os fatos apurados e detalhados em inquérito policial, o candidato estaria se utilizando de recursos financeiros não declarados, além do emprego de coação e intimidação de eleitores, armas de fogo e intimidações de criminosos, orquestradas por uma organização criminosa envolvida em torturas, mortes e tráfico de drogas, entre outros, com forte influência na região de Campo Novo.

A AIJE destaca que em julho deste ano, “Ricardinho”, apontado como traficante e conhecido matador da região, foi inserido ao vivo em um telão e desta forma participou de uma reunião com eleitores da região, demonstrando apoio e exigindo o mesmo de quem estava presente.

“Além de chefiar a organização criminosa e dos vínculos descobertos com o candidato, foi observado que a transmissão ao vivo se deu diretamente de uma cela de um dos presídios de Bangu, no Rio de Janeiro, local em que “Ricardinho” está preso há aproximadamente 10 anos. A ação foi caracterizada como uma tentativa clara de criar embaraços ao voto livre e criar um curral de eleitores, prática que afronta diretamente os princípios da livre manifestação do voto”, enfatiza a Aije.

O MPE alerta que a análise das provas e depoimentos colhidos durante o inquérito policial, indicam fortes indícios de irregularidades com potencial de comprometer a legitimidade do pleito eleitoral.