Empresários do NF debatem panorama do mercado de trabalho no RJ

Empresários do NF debatem panorama do mercado de trabalho no RJ

Dados foram apresentados na Firjan durante reunião de Conselho

O mercado de trabalho foi o tema central debatido na reunião do Conselho Empresarial da Firjan Norte Fluminense, na última quarta-feira (4). Os dados apresentados pela Gerência de Estudos Econômicos da Firjan apontam um cenário de recuperação, porém, desafiador. Apesar de terem sido gerados mais de 66 mil empregos formais em todo o estado do Rio em 2025, o resultado acumulado do ano é 35% inferior em relação ao mesmo período do ano passado.

No Norte Fluminense, foram geradas mais de 10 mil vagas, 25% superior ao mesmo período do ano passado, com destaque para a aceleração da indústria extrativa. No entanto, mudanças recentes no padrão de comportamento do trabalhador demandam atenção das empresas. Para o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, o cenário exige atenção. “Os dados mostram que algumas reflexões precisam ser feitas, para além de questões como a necessidade de reavaliação de políticas públicas. O perfil do trabalhador mudou e a indústria precisa acompanhar a evolução sem perder o foco em produtividade”, pontuou.

Nos últimos anos, reclamações dos empresários quanto à falta ou alto custo de mão de obra atingiram seus maiores patamares, sendo uns dos principais problemas para a indústria no estado e na região Norte. Outros itens registrados são: competição desleal (38,5%); elevada Carga Tributária (32,8%); taxa de juros elevadas (28,5%); e Demanda interna insuficiente (23,1%).

Durante a apresentação, também foi destacado que o número de trabalhadores que atuam em aplicativos de entrega e transporte no Rio de Janeiro triplicou entre 2013 e 2025.

Intitulado de ‘plataformização’, o fenômeno apontado no estudo mostra que o perfil dos trabalhadores que atuam em aplicativos coincide fortemente com o principal perfil de empregados da indústria. “Cerca de 95% são do sexo masculino, com escolaridade até o Ensino Médio e 65% têm entre 25 e 49 anos. O salário desses trabalhadores autônomos acentua a competitividade por mão de obra. Os dados apontam questões multifatoriais e, para garantir competitividade, é necessário às empresas adaptar-se às novas expectativas, investir em qualificação e repensar modelos de trabalho”, avalia Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.

Membro do Conselho da Firjan Norte, Wanderson Primo, gerente de Responsabilidade Social do Porto do Açu, destacou a necessidade de ampliar a cultura tecnicista. “Os jovens que ingressam atualmente no mercado de trabalho têm outra visão, então seria interessante incentivar ainda mais a realização de cursos técnicos para que eles também tenham novas perspectivas”, analisou Wanderson, lembrando a parceria que a Porto do Açu mantém com a Firjan SENAI na realização de cursos técnicos e de qualificação profissional.