Apagões fazem Enel virar dor de cabeça para clientes
Falta de luz atingiu vários municípios fluminenses
Responsável pelo fornecimento de energia elétrica em 66 municípios fluminenses, a Enel virou dor de cabeça para a população dessas cidades. Os constantes apagões e a demora em atender e resolver as reclamações dos clientes, fez da empresa uma espécie de “patinho feio” entre as concessionárias.
Em Cardoso Moreira, por exemplo, a prefeita Geane Vincler recorreu a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Enviamos um ofício à Aneel detalhando as dificuldades que temos enfrentado com a Enel em nosso município. Estamos ressaltando a necessidade de medidas imediatas para solucionar o descaso por parte da empresa” lamenta a prefeita.
Após uma reunião com representantes da Enel para cobrar soluções, a Prefeitura de São Francisco do Itabapoana cansou de esperar e usou o Procon municipal para também pedir socorro a Aneel. “O
município inteiro registra há semanas, instabilidade e vários episódios de falta completa de energia elétrica. Nesta semana, a área central ficou sem luz por cerca de duas horas, o que provocou o fechamento antecipado de estabelecimentos comerciais. Além disso, já recebemos diversas queixas de consumidores que tiveram eletrodomésticos queimados após oscilações e picos frequentes” disse a coordenadora do órgão de defesas do consumidor, Gilda Quintanilha.
Nos últimos dias em Campos, a Enel foi a responsável por manifestações de moradores por falta de luz. Na localidade de Itereré, depois de três dias no escuro, moradores interromperam a RJ-158 revoltados com a situação. No distrito de Santa Maria, uma equipe da Enel precisou da ajuda da polícia contra a revolta dos moradores.
No início desta semana, bairros de seis cidades do Estado, São Gonçalo, Rio das Ostras, Saquarema, Itaboraí, Magé e Maricá, tiveram o fornecimento de energia afetado. A falta de luz também foi registrada em municípios do Noroeste Fluminense.
Em nota publicada nas redes sociais, a Enel disse que o problema ocorreu por conta das fortes chuvas, acompanhadas de ventos e descargas atmosféricas, que atingiram parte da área de concessão da empresa. Com isso, segundo a concessionária, o fornecimento de energia para alguns clientes acabou interrompido.
Prefeitos e Alerj contra a Enel
Em novembro a Enel foi pauta de uma reunião com a participação de vários prefeitos de cidades do estado do Rio de Janeiro, no Teatro Municipal, em Niterói. Em comum, eles reclamaram dos seguidos apagões que tem afetados municípios fluminenses e da falta de solução por parte da concessionária de energia elétrica. Ficou acordado uma ação coletiva contra a empresa e uma manifestação de repúdio junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Ministério de Minas e Energia.
Já a CPI dos Serviços Delegados e Agências Reguladoras da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) solicitou que a Aneel realize uma intervenção no contrato de concessão da empresa.