Sindipetro-NF concede nova coletiva uma semana após explosão na PCH-1

Entidade atualizou situação dos feridos e reafirmou que situação era precária para situações de acidentes
O Sindipetro-NF de Macaé concedeu nova entrevista à imprensa na tarde desta segunda-feira (28), atualizando a situação do acidente com a PCH-1, na Bacia de Campos, uma semana após o ocorrido, quando a explosão seguida de incêndio feriu 14 trabalhadores. A entidade esclareceu que ainda restam cinco trabalhadores internados, vítimas de queimaduras de primeiro e segundo graus. Segundo o sindicato, são quatro trabalhadores de empresas terceirizadas e um é funcionário da própria Petrobras.
Segundo o coordenador do Sindipetro-NF Sérgio Borges Cordeiro, o trabalhador que primeiro foi socorrido e desembarcado ficou entre a vida e a morte, tendo que decidir entre se jogar ao mar ou acabar consumido pelas chamas.
“Ele relatou que o fogo foi se aproximando e ele teve poucos segundos para decidir se ficava a bordo no meio das chamas ou se pulava no mar. Então ele decidiu pular. Ele relata que o que foi uma sensação de alívio ao cair na água, onde sua pele deixou de queimar por alguns segundos. E mesmo com as mãos queimadas, ele teve que se agarrar a bordo da plataforma numa das suas pernas e esperar o resgate, que foi bem complicado por conta de falta de equipamentos de segurança”, afirmou o sindicalista.
Outras questões também foram trazidas à tona, como, por exemplo, a precariedade em que se encontrava a plataforma no momento do acidente. O bote que poderia viabilizar melhor o resgate do trabalhador que caiu ao mar, por exemplo, estava interditado, bem como as chamadas “rotas de fuga”.
Sobre a possível causa do acidente, segundo o Sindipetro, com base em informações repassadas pela própria Petrobras, poderia ter ocorrido devido a um vazamento de gás em um andar um pouco abaixo da plataforma. Mas ainda não se sabe o que pode ter provocado a explosão. O que se pode afirmar é que “houve esse tipo de pressão de gás na plataforma e depois a ignição, acontecendo a explosão”.
O Sindipetro informou ainda que todas as pessoas que estavam embarcadas no momento da explosão e incêndio foram desembarcadas. Atualmente há outras 60 pessoas que posteriormente embarcaram para poder manter as atividades básicas na unidade.
O sindicato informou ainda que pediu emissão de documento que ateste o acidente de trabalho para salvaguardar os direitos dos trabalhadores que ali estavam. Não apenas os que sofreram queimaduras, mas todos que tiveram algum contato com a situação, porque muitos podem ficar afetados também psicologicamente.
Até o final da tarde desta segunda-feira a Petrobras ainda não havia se posicionado oficialmente sobre o andamento das investigações sobre o acidente.